Com o fim do carnaval, o ano do brasileiro começou oficialmente, mas enquanto o ano não se iniciava, o ambiente do mês de fevereiro foi marcado por algumas rusgas do Presidente da República com o Presidente do Banco Central. Por conta disso, a carta deste mês irá buscar abordar este tema para tentar dar uma elucidada sobre o assunto.
Talvez seja possível afirmar que nunca antes na história desse país o Presidente do Banco Central se tornou uma figura tão conhecida entre o público em geral como Roberto Campos Neto, que inclusive foi ao programa Roda Viva para dar os seus motivos pelos quais a taxa de juros se encontra em patamar elevado. Por conta disso, a carta deste mês irá buscar abordar este tema para tentar dar uma elucidada sobre o assunto.
Primeiramente, pedi ao Chat GPT, inteligência artificial que é um dos principais assuntos do momento no mundo, para que explicasse para uma pessoa leiga o que é a taxa de juros. Esta foi a resposta:
“A taxa de juros é o preço que se paga para usar o dinheiro de outras pessoas ou instituições, como bancos. Quando você pega dinheiro emprestado, precisa devolver o valor mais um extra, que é a taxa de juros. É como se fosse uma espécie de aluguel do dinheiro que você está utilizando.
Por outro lado, se você empresta dinheiro para alguém, a taxa de juros é o ganho que você terá em cima desse empréstimo. Ou seja, é o valor que a outra pessoa terá que te pagar a mais pelo uso do seu dinheiro.
A taxa de juros é importante porque influencia na economia como um todo. Por exemplo, se a taxa de juros está muito alta, as pessoas tendem a gastar menos e a investir mais em aplicações financeiras, o que pode desacelerar a economia. Já se a taxa de juros está muito baixa, as pessoas tendem a gastar mais e a investir menos, o que pode gerar inflação e prejudicar a economia também.
Por isso, o governo costuma monitorar e controlar a taxa de juros para tentar manter a economia em equilíbrio. É comum que os bancos centrais dos países ajustem a taxa de juros para controlar a inflação e estimular ou desestimular o consumo e o investimento das pessoas.”
A melhor definição é “o preço que se paga para usar dinheiro de outras pessoas”, ou seja, os juros são o preço do dinheiro. O que tem causado o alvoroço entre governo e mercado é que hoje com a Selic em 13,75%, a economia tende a desacelerar; a questão é que os juros estão altos no mundo inteiro e cortar a Selic “na canetada” seria cometer o mesmo erro do governo Dilma, que gerou alta inflação e forte recessão na economia por incentivar um mecanismo de distorção de preços.
Uma vez que juros são o preço do dinheiro, é natural imaginar que em um ambiente incerto e inflacionário, este preço suba por conta da incerteza: quem empresta dinheiro agora possui mais risco, logo, precisa cobrar um preço mais alto.
Outro ponto relevante é que o Banco Central é responsável pela definição da taxa Selic, que é o juro de curto prazo, o mercado é quem precifica as taxas de juro de mais longo prazo e uma eventual distorção no preço do dinheiro pode fazer com que os empréstimos se encareçam ainda mais, gerando o efeito reverso do pretendido pelo Presidente Lula, já que os agentes econômicos podem entender que cortes excessivos na Selic levarão a uma piora do ambiente inflacionário e aumento da incerteza.
Falar sobre juros é complexo e poderia render um enorme texto, até hoje política monetária é um assunto confuso e não há consenso no mercado e na academia, mas o fato é: distorcer preços é muito perigoso. Espero que a ala política do governo entenda isso, ou 2024 poderá ser muito parecido com 2015.
Em fevereiro, o Ibovespa fechou em forte queda de 7,5%, foi o pior mês para o principal índice de ações do Brasil desde junho de 2022. No ano, o Ibov acumula queda próxima a 2%, enquanto o S&P 500 sobe cerca de 6%. Mais um exemplo da importância da diversificação internacional e da necessidade de uma carteira balanceada.
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