Gustavo Franco, um dos grandes intelectuais brasileiros no campo das ciências econômicas e um dos pais do Plano Real disse uma vez que no Brasil se você sai por uma semana muda tudo, mas se sai por sete anos não muda nada. Sete anos atrás tínhamos uma taxa Selic de 14,25%, um ambiente de extrema incerteza e um governo irresponsável que parecia um cão correndo atrás do rabo na tentativa de reverter erros cometidos na condução da economia.
Começamos 2023 com o pé atrás se os próximos quatro anos não irão se assemelhar àquele fatídico período marcado pelos escândalos da Lava-Jato e da maior recessão econômica da história do Brasil. Todos os governos são bem intencionados, mas infelizmente, boas intenções podem levar a péssimas decisões. No ambiente de incerteza que se formou, os juros futuros, um dos principais indicadores do mercado financeiro, subiram; a queda da Selic pode ser que fique um pouco mais para a frente, ser irresponsável fiscalmente é repetir um erro corriqueiro do Brasil que não é exclusivo de nenhum governo.
Quando existe incerteza quanto ao comprometimento com a questão fiscal em um país o custo de capital aumenta e isso inviabiliza diversos projetos na economia real: as empresas vão pegar dinheiro mais caro via dívida, a abertura de capital em bolsa acaba e as pessoas, antes endividadas, pegam menos crédito e se tornam inadimplentes, as contratações acabam e processos de demissão em massa começam a acontecer. Cuidar das contas do país é cuidar das pessoas e uma das melhores políticas públicas possíveis.
Aprendemos ao longo de quase 15 anos assessorando os mais diversos perfis de clientes, que a boa diversificação e o pensamento de longo prazo são as soluções para momentos turbulentos, quando optar por não investir em renda variável com a bolsa barata por conta da incerteza, lembre-se de duas coisas: não existe bolsa barata com notícia boa e quando as coisas estiverem melhores a bolsa estará cara e haverá pouco retorno na mesa. O mesmo vale para aqueles que esperam o dólar cair desde os R$ 3,50 para poder investir no exterior: não sabemos o futuro e tentar prever o que vai acontecer com os ativos é inútil, a única coisa que controlamos é nossa vida financeira e a disciplina dos aportes.
No ano de 2022, a bolsa brasileira, com todos os problemas, foi uma das poucas que tiveram boa performance, principalmente em dólar; o Ibovespa, medido em dólares subiu 13,77%, contra uma queda de 19,44% do S&P 500 e de 33,1% do Nasdaq. O ano, marcado pela alta de juros e disparada da inflação no mundo inteiro foi o pior para as bolsas americanas desde 2008.
O mercado sempre está em bom momento para investimentos, as perguntas que se deve fazer é: em que investir e quanto; e a resposta para isso é sempre depende. O perfil do investidor e seus objetivos são as variáveis determinantes. Que o ano novo nos traga novos aprendizados, novos hábitos e boas surpresas nessa longa jornada de rentabilizar nosso capital.
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